TREINAMENTO DE LUTA - ALIADO DA VIDA POR QUE TREINAR? A prática da luta olímpica contribui a um desenvolvimento rápido e multiforme de todos os sistemas e órgãos corporais do homem. Da formacão de um corpo definido, a um rico repertório de movimentos, além de um comportamento esportivo leal. Grandes pensadores, pedagogos e filósofos apreciaram altamente a luta e a recomendavam, entre outras, como meio principal de educação para meninos e adolescentes. Entre eles: Sócrates, Platão, Aristóteles, Albrecht Dürer, Lomonossov, Alexandre Pouchkine, Garibaldi, Rabindranath Tagore, Norbert Wiener, Christo Botev, George Washinton, Benjamin Franklin, etc. As qualidades adquiridas durante as sessões de treinamento aumentam a capacidade de trabalho, psíquicas e intelectuais do homem. A luta faz do homem um verdadeiro homem, pois desenvolve sua coragem, firmeza, virilidade e perseverança. Além de qualidades como a força, a destreza, a coragem e resistência orgânica, a luta cultiva entre as pessoas que a praticam a honestidade e a assiduidade, a modéstia e a generosidade, a camaradagem e o respeito pelos adversários. O espírito de "fair play" do lutador de Wrestling marca os atos do homem para toda sua vida. Nos ateltas de luta que a incomensurabilidade da resistência psíquica, a firmeza de caráter e a vontade é melhor observada dentre praticantes de todos os esportes. Vencer os homens mais fortes de um país, de um continente ou, até mesmo, do planeta é uma proeza de tamanho inimaginável. Há também outras proezas, como a de superar a si próprio. TREINAMENTO PARA INICIANTES Após ensinar o objetivo da luta (o encostamento) e algumas regras a serem observadas, antes de mais nenhum treinamento técnico, deve-se ensinar os iniciantes como se cair. Isto é de grande importância para evitar contusões já no início do treinamento, pois na luta as quedas ocorrem constantemente. Depois disso, deve-se ensinar as posições mais básicas no solo e algumas de como derrubar (quedas). Neste aspecto, o treinador é responsável de manter um ritmo constante de evolução de seus alunos em cada uma das etapas, formativas, recreativas, de competição e alto nível. Cabe destacar que na Luta Olímpica se divide os lutadores por peso e regras não permitem nenhum tipo de ação que prejudique a pessoa (estrangulamento, por exemplo), portanto estão asseguradas as condicões de igualdade esseciais, a partir de estas, as diferenças se dão somente por aptidão ou atitude. Deve-se tomar em questão também qual o objetivo do aprendiz: defesa pessoal, aprimoramento físico ou a competição. AVALIAÇÃO FÍSICA - ANTES DE TUDO Esta deve ser realizada principalmente para saber se a pessoa está realmente apta a realizar uma atividade física. É válido lembrar, além disso, que o ideal seria se utilizar de ferramenta importantíssima para monitorar o seu progresso com base em testes científicos para determinar variáveis morfológicas (composição corporal, somatotipo e medidas circunferências e lineares) e variáveis funcionais capacidade aeróbia, anaeróbia, força e flexibilidade). Esta ferramenta é a AVALIAÇÃO FÍSICA. A tendência do que treina adequadamente é modificar significativamente a composição corporal, principalmente na fase inicial do treinamento. A massa magra aumenta e a gordura corporal diminui. Este fator pode ser confuso, se você não tem meios de discriminar a sua composição corporal, se você é gordinho e deseja perder gordura. Ocorre que a massa magra, por ser mais densa do que a gordura, pesa mais do que esta, sendo que a mudança da composição corporal, às vezes, representa aumento de peso na balança e o gordinho poderá pensar que, ao invés de estar emagrecendo, está engordando mais ainda. Na verdade, se todas as variáveis do treinamento estiverem sob controle, o gordinho estará efetivamente melhorando a sua composição corporal. Todas as pessoas tem curiosidade de saber o percentual de gordura corporal que possui, sendo que o atleta competitivo passa a ter base sólida para monitorar a sua gordura corporal durante o ano todo e principalmente na fase pré-competição. Além do cálculo da composição corporal, uma avaliação física pode oferecer dados importantes quanto a sua capacidade aeróbia, força, flexibilidade, problemas posturais etc. Portanto, procure fazer avaliações físicas periódicas. O TREINAMENTO Se dá de uma forma global por todas as atividades que venham a oferecer um bom rendimento final. Além do treinamento das técnicas, que de fato é o mais importante, deve-se destacar o treinamento físico. O treinamento físico se divide em de força, aeróbico e de flexibilidade, pois na luta os três fatores em conjunto são muito importantes. A resistência aeróbica é por demais importante a medida que se observa que a luta é longa, totalizando 6 minutos e o atleta que melhor estiver preparado para combater durante todo o tempo, irá se sobressair perante os demais. A flexibilidade é importante a medida que evita lesões e faz com que melhor sejam aproveitados os movimentos em uma luta, além de evitar com que o adversário obtenha vantagens pela falta dela, como ocorre nas lutas no solo. O de força não é necessário nem se alongar muito sobre sua importância, pois estamos tratando de lutas, onde é intuitivo que a força é necessária. Devemos primeiramente entender uma coisa: O que é Força? É a habilidade de um músculo ou grupo muscular vencer uma resistência, produzindo tensão na ação de empurrar, tracionar ou elevar. DESENVOLVIMENTO DA FORÇA É proporcional ao aumento da massa muscular. Muitas crianças e jovens não alcançam mais tarde o seu potencial na capacidade de desempenho, porque os estímulos de desenvolvimento estabelecido durante os processos de crescimento para os aparelhos postural e motor foram insuficientes. Entretanto, deve-se prestar atenção para as particularidades do organismo em crescimento, embora a estrutura óssea das crianças e jovens sejam mais elásticas, devido ao seu menor armazenamento de cálcio, ela é menos resistente a pressão e a torção. No entanto, é através de exigências de tração e pressão óssea por atividade muscular, não são desencadeadas estímulos formativos do osso. A problemática está na correta dosagem dos estímulos. (Weineck, 1991) TIPOS DE FORÇA - EQUILÍBRIO Equilibrar corretamente o tipo de exercício, de modo a obter o melhor rendimento do conjunto de treinos, pode ser por vezes uma tarefa difícil. Temos então para isso, que considerar três tipos básicos de força: Força isométrica Força isotônica Força isocinética Estes três tipos, devem inevitavelmente ser o princípio de qualquer treino. "Forca isométrica" Uma contração isométrica/estática é aquela, onde permanece sobre o músculo, uma medida de tensão constante. Numa ação isométrica o músculo não se contrai, e isto sem recorrer a qualquer tipo de equipamento especial. Por exemplo, toda a ação de empurrar um objeto fixo, como uma parede ou porta, desenvolve força isométrica. Ou ainda, e a mero titulo de exemplo, a ação dos músculos estabilizadores durante praticamente todos os movimentos (como a ação necessária dos músculos durante um agachamento pesado, que mantém o corpo estável), é do tipo isométrica. Os exercícios isométricos, podem tornar-se úteis, quando se trata de desenvolver uma parte do corpo, mais debilitada. De fato exercer uma grande tensão sobre um específico grupo muscular, pode fortalecer o mesmo. No entanto, este processo é moroso, e para se obter algum acréscimo de forca, é necessário trabalhar o músculo a 60%-70% do seu máximo, durante pelo menos 6 segundos. "Força isotônica" Este é o tipo de força e treino, mais comum. Implica movimentos de contrações dinâmicas (concêntricas e excêntricas), onde o músculo é tonificado e salientado. Um exemplo deste tipo de exercício, é o "curl" de bicípites, onde o levantar do peso, implica uma contração concêntrica direta, enquanto que o movimento oposto, desenvolve uma contração excêntrica. Este tipo de exercício, desenvolve a força de todo o músculo. Deve-se ainda salientar, que as contrações excêntricas, tendem a sobrecarregar significativamente os tendões musculares e articulcações, há por isso que ter especial cuidado com as mesmas. "Força isocinética" O exercício isocinético favorece a resistência muscular, e é efetuado através de equipamentos que possam oferecer diversos graus de resistência. Neste tipo de exercício, o praticante pode ajustar a velocidade exata do exercício, assim como acrescer (e decrescer) a tensão do exercício, com a finalidade, de aumentar a sua própria força muscular. Como exemplos de exercícios isocinéticos, temos a bicicleta estática, máquinas de remo e natação, etc. Uma das vantagens do treino isocinético, é o fato de nunca se alcançar o esgotamento total do músculo trabalhado, como freqüentemente acontece através do exercício isotônico. Para finalizar e em jeito de orientação. A dosagem estimada adequada, de cada tipo de exercício, num esquema de força e "Fitness", é de sensivelmente: 70% Exer.isotônico 20% Exer.isocinético 10% Exer.isométrico O FATOR GENÉTICO Algumas linhas sobre o papel genético no desenvolvimento muscular. A força muscular é determinada pela quantidade de peso manejável durante uma repetição máxima (repetição única) Geralmente qualquer força muscular depende essencialmente de quatro parâmetros estabelecidos: 1) ao número de fibras musculares 2) ao tamanho das fibras musculares 3) ao comprimento dos ossos 4) aos pontos de interseção dos tendões e músculos Sendo os dois últimos fatores, de ordem genética, nada é possível fazer para modificá-los. Ou seja, mesmo que os outro dois fatores sejam iguais em dois indivíduos distintos, aquele que possuir melhores características (fatores) genéticas, será o mais forte. Daí se pode concluir, que a componente genética é determinante em qualquer desporto. De fato é inevitável, não nascemos geneticamente iguais, e por isso o treino intensivo, esforço e trabalho muscular não são as únicas componentes para o desenvolvimento muscular. De fato as pessoas ditas geneticamente favoráveis ou superiores, conseguem resultados mais rapidamente e com menor esforço, do que outros indivíduos menos favoráveis. No entanto cada indivíduo deve consciencializar-se da sua própria situação e aptidão, e nunca procurar comparar resultados ou fisiologias com outros, cada um é como cada qual. E de fato se alguns lamentam não possuírem os ditos e "famosos" genes favoráveis, estes deveriam sentir-se orgulhosos por poder praticar exercício, e ter adotado uma filosofia "Fitness". No entanto é possível, mediante técnicas específicas de treino adequado, modificar as duas primeiras características. Mas é também necessário frisar, que a força de um músculo não depende somente do seu tamanho, mas também do número de fibras "disponíveis para uma contração potencial". Então ao conjunto acima, pode-se ainda juntar outra componente: - A porcentagem de fibras disponíveis para uma contração Que apesar de ser índole ocasional, ou seja de avaliação momentânea, desenrola um papel IMPRESCINDÍVEL, no desenvolvimento muscular. Qualquer fibra muscular, contrai-se totalmente ou simplesmente não se contrai, não existe aqui nenhum meio termo. Supondo que um praticante qualquer cujo o peso máximo suportável para uma repetição máxima num determinado exercícios é de 20kg. Se este iniciar o dito exercício, com um peso de 2Kg, apenas requesitará do músculo a contração de 10% de fibras musculares. Ao fim de determinado tempo, estes 10% de fibras esgotaram e neste preciso momento outros 10% de fibras do mesmo músculo continuaram o trabalho, permitindo que o primeiro grupo de fibras recupere, e ciclicamente de seguida. Esta é a razão pela qual o treino de baixa intensidade, se pode manter durante um tempo prolongado. Retomando o exemplo acima, mas desta vez com 10Kg, o que implica um trabalho de 50% de fibras musculares. Após o primeiro grupo esgotar, a outra metade de fibras disponíveis inicia o seu trabalho, e por fim ao esgotarem-se o praticante não consegue continuar o exercício. Significa que o primeiro grupo não teve tempo de recuperação suficiente e por isso o músculo está esgotado. Continuando com o mesmo raciocínio, mas neste caso com 20Kg, o peso máximo suportável do nosso praticante. A utilização do peso máximo, implica o uso da totalidade de fibras musculares do executante, de modo a que após o esforço, nenhuma fibra resta de reserva, estando assim impedido de continuar o exercício. Dito isto, convém dizer que o exemplo dado acima apesar de útil não é de todo correto. De fato, muitas poucas pessoas, ou praticamente nenhuma é capaz de numa única contração, utilizar a totalidade de fibras musculares. A porcentagem mais elevada de fibras requisitadas numa contração máxima aproxima-se dos 50%, que com o devido treino pode ascender aos 70%. Trata-se de um mecanismo de segurança orgânica, que previne o esgotamento TOTAL do músculo assim como algumas possíveis lesões ao nível dos tendões. Verdadeiramente, qualquer indivíduo por mais que tenha esgotado o músculo, consegue sempre efetuar algumas séries com peso inferior. É o princípio das séries descendentes. Este tipo de treinamento só é possível através da musculação, por isso para uma efetiva melhoria de sua força, é de muita valia o treinamento com pesos: Musculação |